quinta-feira, 31 de outubro de 2019

‘Mulheres estão cada vez mais interessadas em produzir e consumir café’


Especialista afirma que cresceu a proporção de mulheres à frente de propriedades rurais voltadas para a produção do grão no Brasil

O mercado de cafés especiais têm se tornado cada vez mais atrativo tanto para quem produz, quanto para quem consome. 

Essa expansão tem despertado o interesse de consumidores que estão em busca de mais qualidade na bebida. 

A empresária especialista em cafés Gelma Franco explica que a matéria-prima é importante e tem que ser de qualidade. 


As etapas de cuidado com a pós-colheita, o armazenamento, o preparo e a torra, são partes que definem a qualidade do produto final.

Sobre a mudança no mercado, a especialista comenta que 22% das propriedades rurais voltadas para o café no Brasil até 2010 eram geridas por mulheres. 

Atualmente o índice cresceu para 30%, e elas têm deixado de ser coadjuvantes para se tornarem protagonistas da história no gerenciamento de cafezais.

(Fonte: Canal Rural)

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no agro!


Vivemos em uma sociedade essencialmente machista em todos os âmbitos e no agronegócio, infelizmente, não é diferente. Algumas mulheres percebem as opressões de gênero em suas profissões e outras não.

A discriminação contra as mulheres, infelizmente é algo real. Em pesquisa, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) apontou que 71% das mulheres do agro relataram que já se sentiram afetadas em suas carreiras por conta dessa discriminação.

Por isso, é importante ressaltar que não existe “lugar de mulher” e sim que lugar de mulher é em todo lugar. Nossas virtudes e falhas não podem ser limitadas pelo nosso gênero.

Somos capazes de exercer uma profissão “tradicionalmente masculina” com a mesma capacidade que a sociedade julga que um homem tenha e vice-versa.


Precisamos superar esses preconceitos e é por isso que o fortalecimento e empoderamento feminino no agronegócio é importante e, claro, precisamos também que os homens estejam abertos a desconstruir determinados preconceitos com relação às mulheres. Não é à toa que a Peterson Institute for International Economics apontou que, quando analisada a questão da diversidade de gênero, ter mulheres em cargos de liderança gera mais lucro às empresas.

No entanto, o caminho ainda é longo, pois como a própria pesquisa da Abag aponta, 43% das mulheres em cargos de liderança encontram dificuldades para que suas opiniões sejam tomadas em consideração pelos seus empregados, pares e colegas.

Ou seja, mesmo em cargos de gestão, a questão de gênero impacta no desenvolvimento da profissional, onde a mulher tem sua capacidade técnica e de liderança posta à prova a todo instante apenas por ser mulher – e isso impacta diretamente sua carreira.

Por tal motivo, a sociedade precisa ver mulheres e homens como iguais, mas não só ver, como abrir as mesmas portas e oportunidades. Nós ainda somos minoria nos cargos com poder de decisão e ganhamos cerca de 30% a menos do que os homens, mesmo quando temos mais escolaridade que eles, ou seja, sofremos uma grande e injusta desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

Apesar de termos um longo caminho pela frente, é gratificante ver o apoio de instituições como a Abag, empresas que implementam políticas de diversidade de gênero e que abrem, literalmente, as portas para o debate e para nos fazer pensar em um futuro melhor. Grupos de mulheres como o GPB Rosa (grupo de pecuaristas e mulheres ligadas à cadeia produtiva da carne); Mulheres em Campo; Núcleo São Paulo das Mulheres do Agronegócio; Mulheres do Agro Mineiros; Agroligadas; NFA; entre tantos outros, possuem um papel essencial como rede de apoio e troca de conhecimento e experiências.

Dessa forma, acredito que, se continuarmos nesse ritmo e, se as pessoas estiverem abertas para desconstruir preconceitos, as mulheres mudarão o futuro do agronegócio tornando-o mais sustentável e rentável.

(Autora: Ticiane Figueirêdo / Blog Agroinspiradoras - Canal Rural)

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

'A cada 10 empregos no campo, apenas 20% são ocupados por mulheres. Temos que corrigir essa distorção no perfil do agro', diz presidente da CNA durante debate em congresso

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, participou na quarta (9) da mesa redonda “A voz da liderança das cadeias produtivas do Brasil”, no 4º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, em São Paulo, junto com outras autoridades do setor produtivo.

Ao participar do Congresso, Martins disse que é preciso que as mulheres conquistem cada vez mais espaço no setor, citou exemplos de profissionais que estão à frente dos maiores programas do Sistema CNA/Senar e afirmou que o evento é uma ótima oportunidade para a troca de experiências e conhecimento do trabalho realizado em várias regiões do país.

“No Brasil, a mulher tem aumentado sua participação no setor agropecuário, mas infelizmente ainda está em desvantagem. Em cada 10 empregos no campo, apenas 20% são ocupados por mulheres. Temos que corrigir essa distorção no perfil do agro”.

O Sistema CNA/Senar promove uma série de ações para as participantes do Congresso, como a Rodada Internacional de Negócios, a Vitrine de Negócios e o Prêmio Brasil Artesanal 2019, uma iniciativa do Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais para reconhecer os melhores chocolates artesanais do país produzidos por mulheres.

Durante a mesa redonda, o presidente da CNA também apresentou dados dos projetos e programas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) focados no público feminino. Desde 2017, o Programa Mulheres em Campo, criado para ampliar o protagonismo feminino na administração das empresas rurais, já capacitou 8 mil mulheres.

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João Martins também afirmou que o setor agropecuário passa por mudanças significativas e os produtores brasileiros têm se esforçado cada vez mais para produzir com qualidade e sustentabilidade.

“Quando vejo um evento como esse, com esse público, me sinto satisfeito. As mulheres buscam o que há de mais moderno e eficiente no setor para aplicar no processo produtivo”, destacou.

Por fim, o presidente da CNA, destacou a importância da organização da produção rural. “Precisamos ser cada vez mais eficientes e mais competitivos. E não existe produção organizada sem que o produtor esteja organizado”.

Na mesa redonda também participaram João Dornellas, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA); Marcio Milan, superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras); e Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

A mediação foi feita por Cláudio Antonio Pinheiro Machado Filho, coordenador do Grupo de Pesquisas Pensa, da FEA/USP.

(Fonte: Notícias Agrícolas / Foto: Freepik)