terça-feira, 19 de dezembro de 2017

BLOG MAS ENTREVISTA: Naide Conceição Pereira, cafeicultora de sucesso na região de Guapé (MG)

Produtora fala de sua história, conta da experiência de arrancar cafezal e recomeçar do zero e do uso de um secador artesanal que mudou, para melhor, o trabalho na fazenda

Naide Conceição Pereira nasceu em Boa Esperança (MG). Morava na comunidade rural de Santa Barbara, em Guapé (MG), onde os pais, agricultores, trabalhavam com café e leite. 

Cresceu no ambiente rural, mas se mudou com a família para a cidade quando tinha 11 anos, porém, sem nunca perder o contato com a agricultura. 

Concluiu o segundo grau, fez magistério, mas nunca exerceu a profissão de professora. Em 2003, foi morar no sítio com meu esposo, o médico Gilton Luiz de Oliveira, que já tinha café na propriedade, de acordo com ela “uma lavoura muito ruim, arrancamos tudo, plantamos outra lavoura desde então só melhoras”

Atualmente, ela e o esposo tocam as lavouras: são 15 mil pés de café.



Nós entrevistamos esta grande mulher do agronegócio do sul do estado. 

Você cresceu num ambiente familiar acostumada a trabalhar com gado e leite. Mas, pelo fato de ser mulher, teve alguma dificuldade a mais?
Morei na fazenda de meu avô até os dez anos de idade. Não tive dificuldades quando comecei a trabalhar com café. Só trabalho com café; leite não tenho experiência nenhuma.

Você nos contou que a lavoura era muito ruim quando foi morar na propriedade em 2003. Como foi essa etapa de recomeçar o cafezal? Valeu a pena arrancar e replantar o café?
A lavoura estava muito estragada, fizemos uma poda radical, não tivemos um bom resultado. Aí sim arrancamos e plantamos outra. Isso foi em 2008. Fui morar no sitio em 2003, mas a lavoura me foi entregue em 2004. Tudo que foi feito com ajuda técnica. Nunca fizemos nada sem orientação. Eu e meu marido sempre tomamos as decisões juntos e com a colaboração do meu pai José Sebastião Pereira. Também é muito importante a participação do agrônomo que nos orienta no sitio, Júlio César Barbom. Essa união de esforços, essa parceria é fundamental. 

Vocês utilizam um secador artesanal muito interessante e diferente. Como ele ajuda no trabalho?
Nosso terreiro de checagem é pequeno. Todos os anos era a mesma história: chuvas, o café no terreiro, uma tortura. Um agricultor de Guapé tinha feito um secador. Quando conheci, não tive dúvidas. E foi a melhor decisão que já tomamos, o secador artesanal foi de muita ajuda. Secamos toda a produção em 15 dias. Secamos 180 sacas de café, no total foram 215 sacas, com o do chão. O secador agiliza a secagem e muito.



Qual a mensagem você deixa para as mulheres que têm se dedicado ao agronegócio? Vale a pena?
Que nunca desistam de seus sonhos pois eles se tornam realidade. Sejam persistentes, quando se trabalha em equipe não dá errado. A agricultura vale a pena sim, sou muito feliz com o nosso sítio. Além de ser lucrativo, ainda embeleza à sua volta.

Abaixo, fotos de Naide na "lida", do café e da propriedade.














Abaixo, vídeos do secador:







(André Luiz Costa / Jornalista)

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