Produtora fala de sua história, conta da experiência de arrancar cafezal e recomeçar do zero e do uso de um secador artesanal que mudou, para melhor, o trabalho na fazenda
Naide Conceição Pereira nasceu em Boa Esperança (MG). Morava na comunidade rural de Santa Barbara, em Guapé (MG), onde os pais, agricultores, trabalhavam com café e leite.
Cresceu no ambiente rural, mas se mudou com a família para a cidade quando tinha 11 anos, porém, sem nunca perder o contato com a agricultura.
Concluiu o segundo grau, fez magistério, mas nunca exerceu a profissão de professora. Em 2003, foi morar no sítio com meu esposo, o médico Gilton Luiz de Oliveira, que já tinha café na propriedade, de acordo com ela “uma lavoura muito ruim, arrancamos tudo, plantamos outra lavoura desde então só melhoras”
Nós entrevistamos esta grande mulher do agronegócio do sul do estado.
Você cresceu num ambiente familiar acostumada a trabalhar com gado e leite. Mas, pelo fato de ser mulher, teve alguma dificuldade a mais?
Morei na fazenda de meu avô até os dez anos de idade. Não tive dificuldades quando comecei a trabalhar com café. Só trabalho com café; leite não tenho experiência nenhuma.
Você nos contou que a lavoura era muito ruim quando foi morar na propriedade em 2003. Como foi essa etapa de recomeçar o cafezal? Valeu a pena arrancar e replantar o café?
A lavoura estava muito estragada, fizemos uma poda radical, não tivemos um bom resultado. Aí sim arrancamos e plantamos outra. Isso foi em 2008. Fui morar no sitio em 2003, mas a lavoura me foi entregue em 2004. Tudo que foi feito com ajuda técnica. Nunca fizemos nada sem orientação. Eu e meu marido sempre tomamos as decisões juntos e com a colaboração do meu pai José Sebastião Pereira. Também é muito importante a participação do agrônomo que nos orienta no sitio, Júlio César Barbom. Essa união de esforços, essa parceria é fundamental.
Vocês utilizam um secador artesanal muito interessante e diferente. Como ele ajuda no trabalho?
Nosso terreiro de checagem é pequeno. Todos os anos era a mesma história: chuvas, o café no terreiro, uma tortura. Um agricultor de Guapé tinha feito um secador. Quando conheci, não tive dúvidas. E foi a melhor decisão que já tomamos, o secador artesanal foi de muita ajuda. Secamos toda a produção em 15 dias. Secamos 180 sacas de café, no total foram 215 sacas, com o do chão. O secador agiliza a secagem e muito.
Qual a mensagem você deixa para as mulheres que têm se dedicado ao agronegócio? Vale a pena?
Que nunca desistam de seus sonhos pois eles se tornam realidade. Sejam persistentes, quando se trabalha em equipe não dá errado. A agricultura vale a pena sim, sou muito feliz com o nosso sítio. Além de ser lucrativo, ainda embeleza à sua volta.
Abaixo, fotos de Naide na "lida", do café e da propriedade.
Abaixo, fotos de Naide na "lida", do café e da propriedade.
Abaixo, vídeos do secador:
(André Luiz Costa / Jornalista)
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