segunda-feira, 13 de março de 2017

Aprosoja é contra a total liberação da compra de terras por estrangeiros

Classificação de grãos, acesso ao crédito, problemas logísticos e até a venda de terras para estrangeiros foram alguns dos assuntos tratados em uma reunião entre os presidentes das Aprosojas de vários estados. 

O encontro, que faz parte de uma estratégia para fortalecer o papel da entidade e para alinhamento dos assuntos que serão defendidos junto ao governo no ano, aconteceu durante uma das principais feiras do país, a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.

Um dos temas debatidos e que geraram muita repercussão entre os agricultores do país foi a venda de terras para estrangeiros. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) é contrária à total liberação de compra e arrendamento de terras por estrangeiros, seja pessoa física ou jurídica. O posicionamento foi aprovado por unanimidade, por todos os representantes e membros da entidade.

Segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, o Brasil é um dos poucos países no mundo com estoque de áreas agricultáveis, sendo estratégico manter um controle sobre isso. “Em uma eventual compra de uma soma elevada de terras por grupo estrangeiro, imagine se a decisão estratégica do negócio é deixar de produzir, por qualquer razão. O impacto para a economia do município e sua população seria de grande relevância”, afirma Da Rosa.

A falta de regras mínimas para aquisição de terras também é uma exigência, tais como a limitação de aquisição de terras por fundos soberanos, limitação por tamanho de projeto e por áreas estratégicas, como áreas localizadas em faixas de fronteiras. Ainda segundo a entidade, em caso de uma eventual corrida por compra de terras, outras consequências poderiam ser a elevação do valor das terras, bem como dos arrendamentos.

Outro assunto debatido na reunião foi a respeito da classificação de grãos, que segundo Da Rosa já é recorrente. “A classificação de grãos é um assunto que se discute há 20 anos e ainda não conseguimos resolver. É preciso acertar isso de uma vez por todas e diminuir o prejuízo dos produtores”, diz o presidente da Aprosoja Brasil.

É claro que os problemas causados pelas chuvas não poderiam ficar de fora da pauta. Esta dificuldade, inclusive, deve trazer prejuízos ao estado de Mato Grosso. Não só naquilo que foi colhido, como também para o escoamento da safra na BR-163. WSegundo a Aprosoja-MT, 70% da soja semeada na temporada 2016/2017 foi colhida até agora. A expectativa inicial era que a produtividade chegasse a 56,7 sacas por hectare. Agora, a previsão é de duas sacas a menos. “Tivemos graves problemas, muitos produtores ainda tinham 50% ou 60% da área para ser colhida e não puderam avançar por conta das chuvas. Muita soja abriu vagem, brotou, ardeu ou estragou. E ai começa a aparecer aquele monte de descontos abusivos, inclusive na classificação”, finaliza Endrigo Dalcin, presidente da entidade.

(Projeto Soja Brasil)

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