segunda-feira, 18 de junho de 2018

Empresária de sucesso no AGRO recebe o título de ‘Rainha do Cacau’. BLOG MAS apresenta: Elcy Gutzeit




Não é fácil a produção na Amazônia: o espaço é afastado dos centros urbanos com precária infraestrutura para o escoamento e falta de profissionais especializados para aperfeiçoar os cultivos.

Mas, indo nessa contramão, uma prova é a plantação de cacau da Fazenda Panorama, localizada no município de Uruará, oeste do Pará, que desafia todas as dificuldades. A propriedade possui atualmente aproximadamente 230 mil pés de cacau.

A empresária Elcy Gutzeit relata que é um trabalho passado de geração em geração. Iniciou com o pai, Hervino Gutzeit, em 1976, época em que as condições de vida na Amazônia eram bem mais difíceis, de isolamento, contudo acabaram se instalando no Km 140 da Rodovia Transamazônica, BR-230, construindo a Fazenda Panorama.

Confira a entrevista do BLOG MAS com a empreendedora de sucesso no Agronegócio CACAU.

Como começou o empreendimento da família de vocês no Pará?
A minha família tem tradição na agropecuária, vinda do Estado do Espírito Santo (ES) para o Pará (PA). Ao chegarmos aqui, na época fomos incentivados pela CEPLAC (Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira), que começou a distribuição de mudas de cacau. Tudo era mais difícil. Minha família é uma verdadeira desbravadora, pois enfrentamos as condições duras das estradas, dificuldades na comunicação e as doenças da região.

Passados 40 anos, sabemos que a família Gutzeit avançou nas técnicas de produção. Atual-mente, conta com o apoio de famílias parceiras e está encaminhando a produção do chamado cacau fino, um tipo específico de beneficiamento das amêndoas, voltado ao mercado de grandes empresas internacionais do chocolate, principal produto derivado do fruto amazônico? Fale-nos um pouco mais da produção de vocês...
Produzir cacau há 4 décadas na Amazônia é gostoso porque o solo é fértil e as condições climáticas são bastante favoráveis. Diferente de outras regiões do país, não lidamos com as pragas como a vassoura de bruxa que é bastante temível pelos cacauicultores do sudeste brasileiro.

Você e a fazenda já receberam prêmios importantes, certo?
Dentre os 10 prêmios que a fazenda já recebeu, é um marco a honraria "Personalidades em Destaque 2017 do Pará", agraciada pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA); o prémio da Agropará, em 2016, que me intitulou como a "Rainha do Cacau"; e, em 2018, ganhei o título "Senhora Eco Uruará-PA".

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O que é necessário para a produção do cacau dar bons resultados?
É necessário primeiramente a elaboração de um planejamento extremamente bem articulado, especialmente na agricultura que vai depender muito das variações do clima, sendo que tudo começa com o plantio de bananeiras que vão dar sombra para as mudas e assim a árvore adulta poder vingar. A genética usada predominantemente no Pará e aqui na fazenda, começa a dar frutos entre 2 anos e meio a três anos. Mas, com a enxertia, vamos ter genes que podem chegar a produzira partir de 1 ano e meio. Geralmente a colheita da safra se dá entre maio a junho, mas com as mudanças climáticas, numa falta de estabilidade do período de chuvas, estamos nos preocupando cada vez mais com essa questão para não termos prejuízos. Ma,s a Amazônia, por um lado ainda mostra-se bastante resistente.

Uma das novidades da Fazenda Panorama é o trabalho com o beneficiamento de amêndoas para a alta gastronomia, o chamado cacau fino.
A produção do cacau fino, ou cacau gourmet como também é conhecido, será também um diferencial quanto ao que vem se beneficiando na região. Agora estamos com todas as expectativas positivas nesse mercado. Queremos atingir tanto o nível nacional, quanto internacional. Pretendemos ainda incentivar outros produtores locais para sermos referência nesse tipo de produção, o cacau fino da Amazônia.

(Edição: jornalista André Luiz Costa / Reportagem: Revista Vox SA)

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