quinta-feira, 18 de maio de 2017

Notícia sobre JBS e Temer aumenta incertezas na economia, dizem analistas

‘Esqueça as reformas’, disse um economista. Queda de juros também está ameaçada (em O GLOBO)

A revelação de que o presidente Michel Temer deu aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha jogou um balde de incerteza sobre os rumos da economia brasileira, na avaliação de analistas. A informação foi divulgada na noite desta quarta-feira pelo colunista Lauro Jardim. O principal ponto de interrogação é sobre o futuro das reformas.

— Esquece as reformas — disse um economista de um banco, que preferiu não se identificar. — Só posso dizer que amanhã a abertura (do mercado) vai ser um massacre.
Desde o início do governo Temer, a aprovação de reformas como a da Previdência tem sido apontado pelo mercado como fundamental para a retomada da economia. Em tese, a agenda econômica retomaria a confiança de investidores, o que desencadearia um processo virtuoso, com retomada de emprego e crescimento econômico. Agora, todo esse processo está suspenso.

— Mais importante é que fica uma interrogação em relação à capacidade de aprovar a reforma da Previdência. Hoje, o grau de incerteza, a indefinição é tão grande, que a gente não consegue nem atribuir probabilidade a nenhum cenário aqui — avaliou Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.

Ela destaca ainda um efeito colateral: a suspensão da expectativa de queda de juros. Até agora, bancos viam revisando para baixo as projeções para a taxa básica Selic, na expectativa de que a autoridade monetária acelerasse o processo de cortes. Com a mudança de cenário, esse processo também está ameaçado.

— Tira a tranquilidade do Banco Central — avalia Zeina.

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, acredita que a repercussão econômica pode até jogar o país de volta à recessão:

— Fica impossível pensar nas reformas agora enquanto não se resolve o imbroglio político. Se não houver uma reação rápida com saída política a economia vai sofrer imediatamente, com riscos de entrarmos em crise novamente que pode se estender para 2018.

Por enquanto, os olhos estão atentos à reação do mercado financeiro na manhã desta quinta-feira. Na noite desta quarta, as ações do Brasil despencavam 11% em Nova York.

(Fonte: Notícias Agrícolas)

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